Tuesday, December 26, 2006

Ironia

Estou há muito tempo longe de ti, numa distância que eu própria impus.

É irónico querer sentir-te perto de todas as vezes que caminho voluntariamente para longe.
É irónico querer dizer adoro-te de todas as formas que o meu corpo permitisse faze-lo, quando as palavras soam a odeio-te num gesto frio que finge indiferença.
É irónico não falar no que sinto, deixando que o meu silencio me torne fria e solitária.

Custa-me partir, mas mais me custa ter de ficar.

Para quê ficar se não te posso sentir de forma intensa, tresloucada, completa e segura.
Gosto de amar sem limite e sem sentido. E destes dois só possuo o sem sentido.

É irónico querer que permaneças comigo para sempre, quando o próprio para sempre é algo que me assusta, que me corta a liberdade.
É irónico sentir-me exausta e só querer que me protejas em teus braços, quando continuo a travar sucessivas batalhas contra o que sinto.

Também dói ser-se duro e forte sem ter nada que nos console.

E o que mais me magoa, é saber que mesmo que gostasses de mim, nunca poderias–mos ficar juntos.

É irónico saber que vais ler e que mesmo assim vou fingir que não sabes que sei que sabes que estas palavras surgem de cada vez que fecho os olhos e que penso em ti.

Longe ou perto. Não há nada que te tire de dentro de mim.

O sentimento será sempre o eterno inexplicável...

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